Solidariedade e cautela

05/01/2010

O ano de 2010 inicia-se com consternação e pesar pelas vidas perdidas em todo o estado do Rio de Janeiro em função das chuvas. O Sarj solidariza-se com todos os envolvidos na tragédia. E por esta razão sente-se no dever de alertar para que, no calor das emoções por ela suscitadas, mantenha-se a serenidade tanto na apuração das responsabilidades quanto nas soluções oferecidas.

O governo do estado apressou-se em acenar com mudanças na lei de uso do solo, medida de validade inquestionável. Entretanto, uma vez que a legislação sobre a utilização do solo é de responsabilidade municipal, espera-se que o governo do estado busque reunir os municípios e coordenar um debate amplo e democrático com as diversas instâncias envolvidas, que preveja, por exemplo, o atendimento à demanda de moradia que uma mudança desse tipo provocará. A autonomia dos municípios não pode ser ameaçada pelos interesses do estado, que devem ser sempre muito claros.

É preciso muita cautela contra bravatas e medidas apressadas. Já há alguns meses vemos o poder público, em diferentes instâncias, atropelando processos democraticamente instituídos sob a alegação da urgência – seja em função da Copa de 2014 ou as Olimpíadas de 2016. Devemos impedir que os lamentáveis acontecimentos da virada do ano sirvam como pretexto para ações que geram dividendos para os governantes e políticos e nenhum benefício real para a população.

One Response to “Solidariedade e cautela”

  1. Cláudio Luiz Says:

    Três coisas que li e discutem esta situação.

    “em Angra a leniencia é total, lindas matas arrazadas para condominios, heliportos, marinas, com a plena conivencia de Prefeitos sem qualquer interesse na preservação do patrimonio natural que fez a fama do lugar. O ciclo é a região mais bonita atrair mais empreendimentos imobiliarios que devastam a area, que depois fica degradada e desvalorizada, partindo-se em seguida para uma nova area bonita para destruir.” André Araujo – http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/01/05/prefeituras-e-a-degradacao-das-cidades/#more-43800

    “A população pobre não tem como pagar pelas habitações em locais seguros nos valores estabelecidos pelo mercado. Sendo assim, são obrigados a morar em locais de alto risco. O buraco que está mais embaixo mesmo, atrás de tudo, é o seguinte: é preciso reservar territórios urbanos para a população pobre.” Raquel Rolnik – http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4186902-EI6578,00-Rolnik+Governo+tem+medo+de+planejamento+e+organizacao.html

    “Não dá pra ter um plano diretor refeito a cada mudança de prefeito, que só visa atender anseios do mercado imobiliário. O planejamento urbano e a ocupação do solo é um tema a ser pensado e solucionado por uma equipe de especialistas, que deixe de lado ambições de políticos e meras questões especulativas de mercado.” Ricardo – http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/


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